O reconhecimento tardio de Nick Drake

São vários os artistas que só viram o seu trabalho verdadeiramente reconhecido após a sua morte. Nick Drake é apenas mais um desses artistas. Morreu com 26 anos em 1974 e deixou para trás três álbuns completos, "Five Leaves Left" (1969) considerado como um dos melhores 100 álbuns de todos os tempos, "Bryter Layter" (1970) e "Pink Moon" (1972).

Numa época em que os espectáculos ao vivo eram o factor essencial para o sucesso de um artista a aversão que Drake tinha a esse tipo de apresentações ditou a fraca venda dos seus álbuns. Drake sentia que podia mudar a vida das pessoas com a sua música mas a sua timidez e natureza solitária afastaram-no desse propósito. Desiludido fechou-se em casa e deixou-se deteriorar por uma forte depressão chegando mesmo a dizer: "Eu não sinto nenhuma emoção sobre nada. Eu não quero rir nem chorar. Estou dormente; morto por dentro." A morte chegaria com uma overdose de antidepressivos e ao som de Bach.

"Northern Sky" com imagens do documentário "A Skin too few: the days of Nick Drake"

A música de Drake, ainda hoje actual, tem vindo a atrair cada vez mais ouvintes nas últimas décadas e hoje o singer-songwriter britânico conta com uma crescente base de admiradores. Entre eles eu.

O espaço de Nick Drake

Peter Murphy em Gaia

O líder dos Bauhaus regressa a Portugal para um concerto único em Gaia. O anúncio do espectáculo de Peter Murphy na margem esquerda do rio Douro surge como um oásis num deserto numa altura em que todos os grandes concertos parecem ficar pela capital. O mítico tema "Cuts You Up" é talvez o mais conhecido da carreira a solo de Murphy.

O concerto terá lugar no dia 30 de Novembro no Pavilhão Municipal de Gaia e os bilhetes têm o preço único de 10 euros. Aproveitem. Vemos-nos lá.

O espaço de Peter Murphy

Raridades compiladas

Os The Killers estão de volta com um álbum de lados-B e raridades intitulado "Sawdust" com edição prevista para 13 de Novembro. Este álbum conta com músicas que não estavam terminadas aquando do lançamento de "Hot Fuss" e "Sam's Town" e ainda com uma cover de "Shadowplay" dos Joy Division, entre outras.

O primeiro single de Sawdust é "Tranquilize", conta com a participação especial da lenda do rock Lou Reed e no meu alinhamento faria parte do lado-A.

O espaço dos The Killers

Olá e "Farewell"

Já tinha falado deles por altura das Noites Ritual Rock quando foram um dos destaques do palco secundário. Por estes dias os Sean Riley & The Slowriders promovem o seu primeiro avanço discográfico intitulado "Farewell" lançado no dia 15 de Outubro.

O trio de Coimbra percorre mares pouco navegados no panorama musical nacional e oferece-nos um som que cruza o folk com o country e os blues.

Seam Riley & The Slowriders são mais uma das promessas que a música nacional tem apresentado com alguma regularidade nos últimos tempos e é com "Moving On" que se tentam dar a conhecer ao grande público. No próximo dia 26 vão estar pelo Porto, primeiro na Fnac de Santa Catarina com um set acústico e à noite no Passos Manuel.



O espaço de Sean Riley & The Slowriders

"Let there be a revival"

Assim apregoam os Soulsavers no seu mais recente álbum "It's Not How Far You Fall, It's The Way You Land" pela voz de Mark Lanegan. Este é o fantástico vídeo para "Revival":

O espaço dos Soulsavers

Mais uma vez Zach Condon

Correndo o risco deste blogue se tornar um site não oficial de Beirut aqui vai mais uma notícia.

A minha obsessão por Beirut, ou Zach Condon, é pública e durante mais uma pesquisa sobre o miúdo de 20 que revolucionou a forma como ouço música descobri um pérola. Por coincidência, depois do último post sobre Mariza e Fado eis o que descobri numa das entrevistas de Zach Condom dada antes do lançamento do EP Lon Gisland:

"Condon is working on a new EP, and this record may reflect his newest world-music obsession, fado. (“I speak a little Portuguese. It was the only class I liked in college. Well, before I quit.”)"

Será que no futuro ouviremos Zach Condon a cantar em português? Serão os habituais ukelele e trompete substituídos por uma guitarra portuguesa? Viveremos para assistir a um do dueto com Mariza? Sei que estou a sonhar. Mas sempre me disseram que não custa nada e que ia ser lindo ia.

À conquista do Mundo

O Fado partiu à reconquista do Mundo. Depois de "Fados" de Carlos Saura ser bem recebido pelos festivais de cinema por onde vai passando foi a vez de Mariza actuar num dos programas mais vistos dos Estados Unidos da América, "Late Show with David Letterman" com audiências superiores a 20 milhões de pessoas.

De Mariza já ninguém espera outra coisa que não a perfeição e mais uma vez a sua performance foi avassaladora. Pela reacção o público e o apresentador David Letterman também acharam.

O espaço de Mariza

A nossa Utopia

A magnética Alison Goldfrapp e a "Utopia" do álbum "Felt Mountain".

O espaço de Goldfrapp

Que dia é hoje?

9 de Outubro

Another Teardrop

José Gonzalez impressiona com mais uma das suas versões. A cover da música dos Knife "Heartbeats" valeu-lhe a fama, desta vez é "Teardrop" dos Massive Attack a ser reinterpretada pelo cantor sueco.

O espaço de José Gonzalez

Mudou o nome

Depois do fim dos Toranja e de ter rumado ao Canadá para produzir o seu álbum a solo com o produtor de "Funeral" dos Arcade Fire, Tiago Bettencourt está de volta e pronto a apresentar "O Jardim" com o seu novo grupo Tiago Bettencourt & Mantha.
O single de avanço d'"O Jardim" já rola nas rádios e tem como título "Canção Simples". Aqui está ele:

Sinceramente, gosto. Mas gosto mais ainda da outra música disponível no myspace da banda intitulada "Voo". Se eu mandasse este tinha sido o single de apresentação desta nova vida de Tiago Bettencourt:



Gosto do som mas não encontro muitas diferenças com o som dos Toranja. Tiago Bettencourt explica-se com o facto de as letras e músicas continuarem a ser de sua autoria o que faz com que existam "linhas de contacto" com o seu anterior projecto.

O espaço de Tiago Bettencourt & Mantha

O surpreendente Número 23

O que ao início não era mais do que um thriller psicológico com a missão de preencher duas horas da minha vida acabou por se revelar um dos melhores filmes que vi nos últimos tempos. "Number 23" surpreendeu-me assim como me surpreendeu Jim Carrey que depois do fantástico "Eternal Sunshine of the Spotless Mind" volta a distanciar-se do registo cómico que o tornou famoso e entrega-se a um personagem atormentado e obcecado pelo número 23, obsessão que o consome e ameaça por fim à sua vida.

"Number 23" tem ainda outra peculiaridade: não acaba quando os créditos começam a rolar. É que é precisamente neste momento que se começa a ouvir a música "The Banality of Evil" dos Nine Horses.

Já aqui falei deles, ou pelo menos do seu membro mais famoso David Sylvian. Sylvian vai estar em Braga no próximo dia 23 (digam lá se isto não é uma grande coincidência), no belíssimo Theatro Circo, e já prometeu cantar algumas músicas pertencentes à discografia dos Nine Horses. Pode ser que esta faça parte do alinhamento:

Os Nine Horses não têm espaço, em alternativa fica aqui o espaço não oficial de David Sylvian